terça-feira, 24 de abril de 2018

Piaget e sua teoria sobre a aprendizagem


          Jean Piaget é o pai da Pedagogia Moderna. Ele descobriu que os princípios da nossa lógica começam a se instalar antes da aquisição da linguagem, gerando-se através da atividade sensorial e motora em interação com o meio, especialmente com o meio sociocultural.
         Para ele, a criança constrói o conhecimento com base na experiência com o mundo físico, isto é, a fonte do conhecimento está na ação sobre o ambiente. Os estudos cognitivos sobre aquisição de  linguagem foram desenvolvidos por seus seguidores.
            Piaget propõe que o desenvolvimento cognitivo passa por períodos, estágios:
  •  Sensório-motor (0 a 18 meses) 
  •  Pré-operatório (dois a sete anos) 
  •  Operações concretas (7 a 12 anos) 
  •  Operações formais.
                      Esses estágios são universais (gerais e invariáveis) e, em cada um, a criança desenvolve capacidades necessárias para o estágio seguinte, provocando mudanças qualitativas no desenvolvimento. Para a aquisição da linguagem, interessam os períodos Sensório-motor e pré-operatório. O primeiro é caracterizado pelos exercícios reflexos, os primeiros hábitos, a coordenação entre visão e apreensão e a busca de objetos desaparecidos. O segundo é marcado pela função simbólica e pelas organizações representativas. Dessa forma, para que uma criança faça uso do signo linguístico, é necessário que ela “aprenda” que as coisas existem mesmo que não estejam no seu campo de visão. Um dos requisitos para adquirir a linguagem é a permanência do objeto: um objeto existe mesmo que não seja visto. O segundo pré-requisito é a representação. O caráter representativo é inerente ao signo. No final do período sensório-motor, início do pré-operatório, encontra-se a função simbólica (ou semiótica).
          Um dos aspectos linguísticos que mais chamou a atenção de Piaget foi o discurso egocêntrico. Para ele, as conversações da criança são egocêntricas ou centralizadas (fala consigo mesma). Não há intenção de se comunicar, não há a preocupação com o interlocutor. Por volta dos sete anos esse discurso tende a diminuir, até desaparecer, enquanto o discurso socializado ganha espaço. 
          São muitos os estudos sobre aquisição da linguagem numa abordagem cognitivista. Uma questão deve ser colocada a todos: a noção de estágio. O estágio é geral, invariável e cumulativo. Isso significa que todas as crianças deveriam passar pelos mesmos processos e na mesma ordem, durante a aquisição. No entanto não é isso que se encontra. Mesmo estudos que assumem estágios falam de variações no processo de aquisição ou de como crianças não passam por determinados estágios.

“O objetivo principal da educação nas escolas deveria ser a formação de homens e mulheres que são capazes de fazer coisas novas, e não simplesmente de repetir o que outras gerações fizeram; homens e mulheres que são criativos, inventivos e descobridores, que podem ser críticos, verificar, e não aceitar, tudo que lhes é oferecido”.
-Jean Piaget-

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 Referências:

domingo, 22 de abril de 2018

Comenius: por uma educação de qualidade 



          Jan Amos Komenský (em latim, Johannes Amos Comenius; em português, João Amós Comênio; Nivnive, 28 de março de 1592-Amesterdão, 15 de novembro de 1670), foi bispo
protestante da Igreja Morávia, educador, cientista e escritor checo. 

        Como pedagogo, é considerado o fundador da didática moderna. 
        Dotado de um humanismo ímpar e de uma visão globalizante, Comenius era atraído por todas as esferas do conhecimento; assim, sonhava em construir uma pansofia, ou seja, uma sabedoria que abrangesse a totalidade. Ele acreditava, portanto, que o saber verdadeiro deveria incorporar a filosofia orientada pela razão, a ciência com suas inclinações empíricas e a religião, se realmente aspirasse a edificar a humanidade.
Comenius defendia a necessidade da educação das crianças em idade tenra, aconselhando, para esse fim, que se construíssem escolas maternais; desta forma estes seres teriam a chance de conquistar desde cedo conhecimentos básicos que poderiam ser desenvolvidos depois.
      Comenius organizou a didática em quatro períodos: a infância, a puerícia, a adolescência e a juventude. Comenius foi um importante pensador que introduziu questionamentos acerca da educação de crianças menores de seis anos e o que elas deveriam aprender.
Comenius foi o criador da Didática Moderna e um dos maiores educadores do século XVII; ainda no século 17, ele concebeu uma teoria humanista e espiritualista da formação do homem que resultou em propostas pedagógicas hoje consagradas ou tidas como muito avançadas.
   Entre essas idéias estavam: o respeito ao estágio de desenvolvimento da criança no processo de aprendizagem, a construção do conhecimento através da experiência, da observação e da ação e uma educação sem punição mas com diálogo, exemplo e ambiente adequado. 
   Comenius pregava ainda a necessidade da interdisciplinaridade, da afetividade do educador e de um ambiente escolar arejado, bonito, com espaço livre e ecológico. 
     O educador crê que todas as pessoas são igualmente portadoras de uma condição humana, embora manifestem inteligências distintas, para ele produtos de um grau elevado ou de uma carência de harmonia própria; por essa razão as mentes devem ser moldadas logo cedo, para que os intelectos se desenvolvam sem tantas discrepâncias.
       A doutrina pedagógica de Comenius convida a mente racional a adotar diante do Cosmos uma postura inquiridora e inclusiva de todas as esferas do conhecimento. Sua obra, fruto de intensos diálogos com filósofos como Bacon e Descartes, visa contribuir para que o Homem, desde a infância, passando pela juventude, complete sua evolução rumo à perfeição espiritual e intelectual.


Referências:
https://pedagogiaaopedaletra.com/a-pedagogia-de-comenius/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comenius

sábado, 21 de abril de 2018


       
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   Na semana passada dias 16 e 17/04/2018 foi realizado a III Conferência Nacional de Educação (CONAE), fui relatora do eixo V sobre: Planos decenais, SNE e Educação e Diversidade: Democratização, Direitos Humanos, justiça social e inclusão.
          Em conformidade com a Constituição Federal de 1988, com a Lei n. 13.005\2014, e em consonância com o Decreto de 09 de maio de 2016, foi convocada a III Conferência Nacional de Educação (CONAE) com o tema “A consolidação do sistema nacional de educação – SNE e o Plano Nacional de Educação – PNE: monitoramento, avaliação e proposição de políticas para a garantia do direito à educação de qualidade social, pública, gratuita e laica”, a ser realizada em Brasília.
          No contexto da III CONAE, serão realizadas conferências livres, conferências municipais ou intermunicipais/regionais e conferências estaduais e distrital. A etapa nacional deverá ocorrer em novembro de 2018.


domingo, 8 de abril de 2018

Teorias da Aquisição


A aquisição da linguagem não é caótica nem aleatória. Há idiossincrasias e erros, mas são em bem menor número do que se pode supor.
Aos 3 anos a criança já é capaz de fazer uso produtivo de sua língua.
 Empirismo
O conhecimento é derivado da experiência. Não se nega a existência da mente nem que os seres humanos têm conhecimento e idéias na mente.
A questão é como essas ideias foram adquiridas ou aprendidas. Para os empiristas, o que é inato é a capacidade de formar associações entre estímulos ou entre estímulos e respostas, com base na similaridade e contiguidade.
A estrutura não está no indivíduo nem é construída por ele, mas está no exterior, fora do organismo.
A teoria tenta descrever a língua apenas com os dados observáveis e por processos dedutivos, ou seja, procurando construir o sistema de regras da língua apenas pela observação direta dos dados.
 Behaviorismo
A palavra inglesa behaviour (RU) ou behavior (EUA) significa comportamento, conduta.
Para Skinner, o aprendizado linguístico era análogo a qualquer outro aprendizado era visto como aprendido por reforço e privação. Considerando a aquisição desse modo, o behaviorismo acaba recaindo num processo indutivo de aquisição, porque considera somente os fatos observáveis da língua, sem preocupar-se com a existência de um componente estruturador, organizador, que possa estar trabalhando junto com seus dados (experiência) na construção da gramática de uma língua particular. Um dos principais problemas da proposta de Skinner no que diz respeito à linguagem é a aquisição do léxico (referência e significado). Outro problema é explicar como produzimos e compreendemos sentenças nunca ouvidas antes, principalmente porque nem todas as sentenças têm sua referência no contexto em que são produzidas (exemplo do cinema).
Além dessas questões, os dados de aquisição trazem duas outras questões para as teorias behavioristas: a rapidez do processo e a competência. Uma criança de 4 anos já é competente em sua língua nativa e domina a maior parte das regras dessa língua. Se o aprendizado se dá por imitação, seria necessário um tempo muito maior de exposição à língua para que a criança adquirisse um repertório suficiente de frases para que pudéssemos dizer que “aprendeu” uma língua. Quanto à competência, durante o processo de aquisição, as crianças produzem enunciados que nunca ouviram de seus interlocutores (cabeu, fazi...).
As curiosidades sobre o conhecimento vêm desde a Grécia antiga.

Conhecimento 
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                                                    Platão Inatismo          Aristóteles Empirismo



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Referências:
FIORIN, José Luiz. Inrodução à lingüística. 4 ed. São Paulo: Contexto, 2005.