segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Preconceito/Racismo


            A palavra preconceito é etimologicamente constituída (entende-se por etimologia o estudo do significado de uma palavra a partir dos componentes que a constituem) por duas partes diferentes: pré, que dá ideia de algo anterior, antecedente, que existe de forma primária, primeira, precedente; e conceito, aquilo que se entende ou compreende em respeito de algo, derivado do latim conseptus, que se refere à construção ideal do ser ou de objetos apreensíveis cognitivamente. A ideia do preconceito refere-se, então, a um conceito formado de forma anterior ou antecedente à constatação dos fatos, utilizando-se de características julgadas universais, sendo atribuíveis a todos que se encaixam na categoria referida, ou implícitas, naturais ao objeto que é dirigida.
            O preconceito é tão antigo quanto a humanidade, mas o racismo parece não ter mais de quinhentos anos.
            Nos anos 60, se descobriu que o Brasil não só tinha preconceito em relação aos pobres - o que em si já é terrível – como a discriminação era especialmente dirigida aos negros, pardos e índios.
            E o racismo, a discriminação e o preconceito racial são as maiores problemáticas, do negro ou mesmo de outros indivíduos, de não ter a sua igualdade racial ou social reconhecida, por uma sociedade que se considera igualitária por tudo que se pergunte.
            O racismo é, como disse Foucault, “o meio de introduzir […] um corte entre o que deve viver e o que deve morrer”. “No contínuo biológico da espécie humana, o aparecimento das raças, a distinção das raças, a hierarquia das raças, a qualificação das raças como boas e de outras, ao contrário, como inferiores, tudo isso vai ser uma maneira de fragmentar esse campo do biológico de que o poder se incumbiu; uma maneira de defasar, no interior da população, uns grupos em relação aos outros. […] o racismo faz justamente funcionar, faz atuar essa relação de tipo guerreiro − ‘se você quer viver, é preciso que o outro morra’ − de uma maneira que é inteiramente nova e que, precisamente, é compatível com o exercício do biopoder.”



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Foucault, M., Em defesa da sociedade, Martins Fontes, São Paulo, 2002, p.304-5.




Um comentário:

  1. Parabéns colega em poucas palavras conseguiste descrever num breve relato o que é preconceito. Sendo assim podemos concluir que todos nós somos importantes como pessoa independente de cor ou raça. Todos somos iguais.
    "Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos". Paulo Freire.

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