quarta-feira, 29 de novembro de 2017

A NOSSA COR NÃO NOS DEFINE




            Refletindo sobre o censo na turma de 7º ano, verifiquei que outra vez a definição de cor/raça fica em segundo plano. Na escola, por exemplo, tem alunos que são negros e se veem como brancos, pois para muitos não importa a cor da pele, mas sim a amizade que se faz.
            De todas as fichas dos alunos que analisei, nenhuma estava preenchido cor/raça porque no conceito dos pais, não há necessidade de definir se o filho é branco, pardo ou negro.
            De acordo com o texto: “A cor ou raça nas estatísticas educacionais” ...teóricos defendem a substituição do conceito de raça ou de cor pelo de etnia. Essa preferência estaria amparada na noção de que o termo “etnia” transmitiria uma ideia de pertencimento ancestral, remetendo a origem e interesses comuns (Gomes, 2005).
            Analisando o conteúdo escrito, é muito mais salutar colocar etnia do que cor/raça, e não rotular a pessoa como branca ou negra. Pois se considerarmos a realidade de nosso estado, veremos que somos uma mistura de raças, muitos são de origem europeia com português, outros de origem italiana com espanhol, índio com alemão, uma miscelânea de etnias. Considerando este ponto de vista, não podemos ser considerados da cor branca, negra, parda, amarela, em primeiro lugar somos todos seres humanos.
            No Brasil, a cor da pele é considerada como critério para diferenciar a raça, subjetivamente, já que também pode variar de acordo com a aparência, tom da pele, segundo alguns estudiosos.
Darcy Ribeiro (2006, p.225) preceitua:
(...) a característica distintiva do racismo brasileiro é que ele não incide sobre a origem racial as pessoas, mas sobre a cor de sua pele. Nessa escala, negro é o negro retinto, o mulato já é o pardo e com tal meio branco, e se a pele é um pouco mais clara, já passa a incorporar a comunidade branca.”

            No século 18, o botânico sueco Carl von Linné criou o sistema de classificação dos seres vivos – ainda hoje utilizado – e estabeleceu o nome científico de Homo sapiens para a espécie humana. Mas, sem contrariar o pensamento dominante na época, dividiu a humanidade em subespécies de acordo com a cor da pele, o tipo físico e pretensos traços de caráter: os vermelhos americanos, “geniosos, despreocupados e livres”; os amarelos asiáticos, “severos e ambiciosos”; os negros africanos, “ardilosos e irrefletidos”; e os brancos europeus, “ativos, inteligentes e engenhosos”. Essa classificação da diversidade humana em “grandes raças” não só foi totalmente aceita como também serviu de base para classificações futuras, que alteravam a de Linné e oscilavam entre uma variedade que ia de três a 400 raças.
O texto “Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no Brasil” fala que:
 Nós, brasileiros oriundos de diferentes grupos étnico-raciais – indígenas, africanos, europeus, asiáticos –, aprendemos a nos situar na sociedade, bem como o ensinamos a outros e outras menos experientes, por meio de práticas sociais em que relações étnico-raciais, sociais, pedagógicas nos acolhem, rejeitam ou querem modificar. Deste modo, construímos nossas identidades – nacional, étnico-racial, pessoal –, apreendemos e transmitimos visão de mundo que se expressa nos valores, posturas, atitudes que assumimos, nos princípios que defendemos e ações que empreendemos.

            Cada ser humano é único, e sabemos disso por que podemos identificar perfeitamente um indivíduo por seu código genético, a não ser que tenha um gêmeo semelhante.


Referências:
SILVA, Petrolina B. G., Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no Brasil, p. 491,2007.


domingo, 26 de novembro de 2017

AUTISMO


            Atualmente, o conceito de autista mudou muito em relação ao texto lido, “Competência Social, Inclusão Escolar e Autismo: revisão crítica da literatura”
            O autismo é definido como um transtorno invasivo do desenvolvimento, isto é, algo que faz parte da constituição do indivíduo e afeta sua evolução. Manifesta-se antes dos três anos de idade. O autista, em geral, apresenta comprometimentos em três importantes domínios do desenvolvimento humano: a comunicação, a sociabilização e a imaginação. A isto, denomina-se tríade.
            A palavra autismo atualmente pode ser associada a diversas síndromes. Os sintomas variam amplamente, o que explica por que atualmente refere-se ao autismo como um espectro de transtornos. Dentro deste espectro encontramos sempre a tríade de comprometimentos que confere uma característica comum a todos eles. Alguns são diagnosticados simplesmente como autismo, traços autísticos, etc., ou Síndrome de Asperger (considerado por muitos como o autismo de alto desempenho). Além destes, existem diversas síndromes identificáveis geneticamente ou que apresentam quadros diagnósticos característicos, que também estão englobadas no Espectro do Autismo.
            No texto, Competência Social, Inclusão Escolar e Autismo: revisão crítica da literatura, o trecho abaixo me chamou a atenção pelo fato que hoje em dia já não acontece assim, pois cada aluno autista é diferente do outro. Trabalhamos observando o que ele aprende, e neste contexto, realizamos as atividades mais adequadas para cada um.
                     ... um estudo exploratório sobre as expectativas dos professores frente à possibilidade de inclusão de alunos com autismo em suas classes (Goldberg, Pinheiro, & Bosa, 2005) demonstrou que os professores manifestaram uma tendência a centralizar suas preocupações em fatores pessoais como, por exemplo, medo e ansiedade frente à sintomatologia mais do que à criança em si.
            Dentre os modelos educacionais para o autista, um dos mais importantes é o método TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Communication Handicapped Children, em português, Tratamento e Educação de Crianças Autistas e com Desvantagens na Comunicação), desenvolvido pela Universidade da Carolina do Norte e que tem como postulados básicos de sua filosofia:
·         Propiciar o desenvolvimento adequado e compatível com as potencialidades e a faixa etária do paciente;
·         Funcionalidade (aquisição de habilidades que tenham função prática);
·         Independência (desenvolvimento de capacidades que permitam maior autonomia possível);
·         Integração de prioridades entre família e programa, ou seja, objetivos a serem alcançados devem ser únicos e a estratégias adotadas devem ser uniformes.
            Nós, como educadores, devemos ver o mundo através dos olhos do autista, e usar esta probabilidade para ensiná-los a trabalhar inseridos em nossa cultura de forma o mais independente possível. Enquanto não se consegue curar os déficits cognitivos subjacentes ao autismo, é pelo seu entendimento que é possível planejar programas educacionais efetivos na função de vencer o desafio deste transtorno do desenvolvimento tão singular que é o autismo.

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 Referências:

 brasilescola.uol.com.br

domingo, 19 de novembro de 2017

UM RECORTE DA REALIDADE


            Antigamente, as pessoas portadoras de deficiência ou incapacidade não eram aceitas na sociedade, chegando a serem excluídas do convívio social.
            A inclusão é um processo que acontece lentamente, com avanços e retrocessos.        Hoje a nossa realidade é outra, temos a obrigação e dever de incluir os alunos com déficits, e promover a inclusão escolar em todos os níveis, somos nós que nos adaptamos ao processo de inclusão. Tenho como alicerce a minha escola, pois todo o aluno que tem algum tipo de deficiência, seja física, mental, intelectual é ajudado e inserido no processo educacional, pois a discriminação não faz parte da nossa comunidade escolar.
            O filme “Quanto vale ou é por quilo?” quando comecei a assistir minha adrenalina começou a explodir, pois eu não suporto injustiça social, nem racismo, nem brincar com a deficiência isso corta meu coração, me causa indignação saber que ainda há tanto preconceito e fazem da inclusão um objeto de elevação social, e, ainda existe muita gente de mente ardilosa, isso acontece hoje em nosso país.  
            O filme "Vênus negra" mostra o colonialismo, o racismo e o machismo, os mais evidentes, neste filme intrigante e passado no século 19. Não gosto desse tipo de filme muito longo e repetitivo, e é uma afronta contra os negros em geral e principalmente contra as mulheres.
            Vou relatar alguns acontecimentos em minha escola que antigamente não seria assim, ou melhor, em hipótese alguma seria.
Na semana da pátria a professora da sala de recursos juntamente comigo e as estagiárias, resolveu fazer uma apresentação diferente, com os nossos alunos de inclusão. Ensaiamos com eles a música Balão Mágico, pintamos camisetas com as mãos deles, nós professores fizemos uma camiseta personalizada, e fizemos apresentação para toda a escola, ficou tão linda a apresentação que fomos convidados para apresentar em outra escola.
            E se antigamente as escolas tivessem alunos de inclusão, elas trabalhariam como nós?
Maria Ângela Corrêa (2010, p. 16) faz um breve resumo das condições em que eram submetidos os deficientes antigamente.

A história da Educação Especial ou das pessoas com necessidades especiais, da Antiguidade até a Idade Média, mostra que o extermínio, a discriminação e o preconceito marcaram profundamente a vida dessas pessoas que, quando sobreviviam, não tinham outra alternativa senão a vida à margem da sociedade. Mesmo que isso acontecesse sob o véu do abrigo e da caridade, a exclusão era o caminho naturalmente praticado naquela época (Maria Ângela Corrêa, 2010).

            Na antiguidade, as pessoas com deficiências, eram abandonadas, rejeitadas, muitas eram eliminadas e as que sobreviviam não tinham nenhum tipo de atendimento.


Referências:

CORRêA, Maria Angela Monteiro. Educação Especial. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2010.

domingo, 12 de novembro de 2017

DIALOGANDO 



            O texto de Paulo Freire sobre dialogicidade (capítulo do livro "À sombra desta Mangueira") nos mostra como ela influencia no desenvolvimento e entendimento dos princípios da aprendizagem, influenciando na formação dos sujeitos e na construção de conhecimentos de forma significativa.
            A dialogicidade de Freire está presente na formação do conceito de diálogo igualitário e como este conceito está presente nos demais princípios da aprendizagem dialógica.
            Segundo Freire (2000, p. 81):

                                         É que há um diálogo invisível, prévio, em que não necessito de inventar perguntas ou fabricar respostas. Os educadores verdadeiramente democráticos não estão - são dialógicos. Uma de suas tarefas substantivas em nossa sociedade é gestar esse clima dialógico.

            O pensamento de Paulo Freire busca no diálogo a democratização da educação, onde o professor, além de educador, é o objeto do conhecimento, sendo a pedagogia baseada no diálogo (educador-educando).
            O diálogo é uma afinidade (relação) entre pessoas, que baliza o caráter democrático entre as mesmas, não as tornando iguais. “O diálogo tem significação precisamente porque os sujeitos dialógicos não apenas conservam sua identidade, mas a defendem e assim crescem um com o outro”. (FREIRE, 1992, p. 118). O diálogo não diminui um ao outro, não é melhoramento que se inventa, é não embaraçar o outro. Ele alude, ao contrário, a efetiva consideração para àqueles que empenham-se em crescer.


                                  “Não devemos chamar o povo à escola para receber instruções, postulados, receitas, ameaças, repreensões e punições, mas para participar coletivamente da construção de um saber, que vai além do saber de pura experiência feito, que leve em conta as suas necessidades e o torne instrumento de luta, possibilitando-lhe ser sujeito de sua própria história.”   
(Freire, 2001)



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Referências:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.


sábado, 4 de novembro de 2017

UMA AULA DIFERENTE...

                Tarefa realizada com os alunos de 7º ano. Tenho nesta turma um aluno autista severo, e todas as atividades que faço com ele propus que os alunos fizessem também, e para minha surpresa eles adoraram as tarefas solicitadas, todos fizeram com amor e trabalharam em equipe. Para cada grupo foi distribuído um trabalho, alguns trabalharam com colagem e e.v.a, outros com pintura, outro grupo com motricidade fina, outro grupo quebra-cabeça.
Aqui algumas fotos dos trabalhos realizados.