A POESIA EM SALA DE AULA
Guaraná com Canudinho
Uma vaca entrou num bar / e pediu um guaraná.
O garçom, um gafanhoto, / tinha cara de biscoito.
Olhou de trás do balcão, / pensando na confusão.
Fala a vaca, decidida, / pronta para comprar briga:
- E que esteja geladinho / pra eu beber de canudinho!
Na gravata borboleta / gafanhoto fez careta.
Responde: vaca sem grana / se quiser, vai comer grama.
- Ah, é? muge a vaca matreira, / quem dá leite a vida inteira?
- Dou leite, queijo, coalhada, / reclamo, ninguém me paga.
Da gravata, a borboleta / sai voando, satisfeita.
Gafanhoto leva um susto, / acreditando, muito a custo.
E serve, bem rapidinho, / guaraná com canudinho.
(Sérgio Caparelli. Boi da Cara Preta, 1983.)
No brincar "a serio" com nossos poemas, podemos ter um jogo lúdico com palavras e ideias.
Nesse poema, temos os animais como personagens que as crianças gostam. Através de brincadeiras inteligentes com palavras, seus jogos sonoros, seu duplo sentido, podemos entreter e brincar com as crianças de várias maneiras. Pode-se fazer um teatro na aula de artes, interpretação do poema em português, trabalhar a natureza na aula de ciências, e muito mais...
