quinta-feira, 31 de maio de 2018


RELATO SOBRE DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM

            Ao realizar a tarefa solicitada me deparei com a dificuldade de não dar aula para alunos do ensino infantil, apenas trabalho com crianças de inclusão.
            Então vou relatar aqui como se deu a linguagem de minha neta, quando ela tinha uns 3 meses sua fala era o choro, pois assim ela conseguia se comunicar com os pais, já com 6 meses começou a balbuciar pois desde bebê ela já vinha sendo incentivada com leitura e música. Ela presta muita atenção ao novo, quando tocam uma música ela dança, o cachorro ela chama au,au...e agora já com 1 ano e dois meses ela gosta de colocar um copo na boca e fazer barulho, gosta de ouvir leitura contada para ela, gosta de tocar teclado, bateria e qualquer outro instrumento musical que lhe deixam tocar. Quando ela fica braba fala o “bebenes” como se estivesse xingando e quando está com fome também.
            Observar o desenvolvimento da linguagem dela é muito interessante, pois cada criança tem o seu tempo de aprendizagem. Piaget dá um grande valor para a experiência, mas não se deve confundi-lo com um empirista. Para ele, a criança constrói o conhecimento com base na experiência com o mundo físico, isto é, a fonte do conhecimento está na ação sobre o ambiente.  Os estudos cognitivistas sobre aquisição de linguagem foram desenvolvidos por seus seguidores.
            Jean Piaget define a inteligência como uma das formas de adaptação. Ao estruturar a sua teoria, organizou suas observações, experimentações e conclusões sobre o desenvolvimento da inteligência humana colocando-a como a capacidade individual de sobrevivência ao meio, tendo início nos reflexos do recém-nascido. “Com efeito, a vida é uma criação contínua de formas cada vez mais complexas e o estabelecimento de um equilíbrio progressivo entre estas formas e o meio” (PIAGET, 1978, p. 46).
            Acredito que somos fruto do meio em que vivemos, pois se eu estimulo uma criança a observar, a interagir com o meio, escutar a leitura de um livro, ela crescerá sendo uma pessoa curiosa e interessada pelas coisas ao seu redor, buscando sempre o conhecimento facilitando assim, a sua aprendizagem. A sua inteligência se desenvolverá mais rápido do que uma criança que não é estimulada.
            Para Piaget não haveria pessoas mais inteligentes ou menos inteligentes. O que ele pergunta é se há pessoas mais adaptadas ou pessoas menos adaptadas por este processo de assimilação e acomodação.
            Becker (2001, p. 79) contribui para este entendimento sobre estes enfoques fundamentais de Jean Piaget, citando Piaget:
            Nesta verdadeira obra-prima que é o Nascimento da inteligência da criança (p. 386), as relações entre o sujeito e o meio consistem numa interação radical, de modo tal que a consciência não começa pelo conhecimento dos objetos nem pelo da atividade do sujeito, mas por um estado indiferenciado; e é deste estado que derivam dois movimentos complementares, um de incorporação das coisas ao sujeito, o outro de acomodação às próprias coisas. A organização de uma atividade assimiladora é testemunha, é essencialmente, construção e, assim, é de fato invenção, desde o princípio (p. 389). Isto é, a novidade emerge da própria natureza do processo de desenvolvimento do conhecimento humano.
 


REFERÊNCIAS:
BECKER, Fernando. Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artmed. 2001. 125 p.
PIAGET, Jean. A linguagem e o pensamento da criança. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
______. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.


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